Médico Especialista
em Ortopedia
Médico Especialista
em Ortopedia
HPA Magazine 11
A dor é a principal queixa referida ao ombro, sendo também a principal razão de o doente recorrer à consulta. Esta dor pode ser atribuível a qualquer uma das estruturas anatómicas que o constituem e qualquer patologia que atinga o complexo articular do ombro torna-se altamente incomodativa para a realização das tarefas diárias. A artroscopia aplicada ao ombro permite melhorar muito a capacidade do diagnóstico e do tratamento dos problemas desta articulação, levando a uma melhoria muito significativa dos resultados.
O ombro sendo uma articulação bastante complexa é a que apresenta maior mobilidade no corpo humano. Permite-nos posicionar a mão num espaço muito amplo, essencial para qualquer atividade do nosso quotidiano.
Qualquer patologia que atinga o complexo articular do ombro torna-se assim altamente incomodativa para a realização das tarefas mais simples do nosso dia-a-dia, principalmente pela dor associada, mas também muitas vezes tornando-se muito incapacitante do ponto de vista funcional, por exemplo, no vestir/despir ou na higiene pessoal.
Para termos um ombro saudável é indispensável a integridade e correto funcionamento de todas as estruturas anatómicas implicadas.
A dor é a principal queixa referida ao ombro, sendo também a principal razão de o doente recorrer à consulta. Esta dor pode ser atribuível a qualquer uma das estruturas anatómicas que o constituem. Dependendo da idade e da dor estar ou não associada a um episódio de traumatismo, deveremos considerar várias patologias.
As patologias mais frequentes são: lesões dos tendões (inflamação, calcificação ou rotura) da coifa dos rotadores (supra espinhoso, infra espinhoso, pequeno redondo), a inflamação da bursa sub-acromial com eventual conflito mecânico (síndrome de conflito subacromial), as lesões da cartilagem articular que envolvem a cabeça do úmero e a cavidade glenoideia na omoplata (artrose), lesões da cápsula e ligamentos que estabilizam o ombro (luxação)
Outras entidades clínicas como a capsulite adesiva (ou ombro congelado), lesões da longa porção do bicípite braquial, instabilidade minor, patologias da articulação acrómio-clavicular, entre outras, são patologias menos frequentes, de mais difícil diagnóstico e nas quais os exames complementares de diagnóstico muitas vezes nos dão pouca informação, sendo o exame médico fundamental para o diagnóstico e tratamento.
Existem também doenças cuja dor é referida ao ombro mas que não têm origem no ombro. Pode ser o caso de doenças na coluna cervical, de inflamações do conjunto de nervos que emergem da coluna cervical e também algumas patologias com origem nos pulmões ou mesmo no coração.
Na atualidade, aliando o desenvolvimento do conhecimento da anatomia e fisiologia das doenças do ombro à evolução dos meios complementares de diagnóstico, é possível um melhor e mais preciso diagnóstico destas patologias e consequentemente do seu tratamento.
O advento da artroscopia aplicada ao ombro no início do século XX permitiu melhorar muito a capacidade de diagnóstico e o tratamento dos problemas desta articulação, levando a uma melhoria muito significativa dos resultados.
A artroscopia trata-se de uma técnica mini-invasiva na qual, através de pequenas incisões na pele (cerca de 0,5 cm), se introduz um sistema ótico e instrumentos.
Esta permite a visualização direta de todas as estruturas da articulação do ombro e simultaneamente proceder ao tratamento das lesões, com as vantagens de menor destruição dos tecidos necessária para se atingir a articulação a estudar/tratar, consequentemente menor dor no pós-operatório e maior celeridade no processo de reabilitação, quando comparado com a cirurgia aberta convencional.
Do ponto de vista estético as pequenas incisões tornam-se habitualmente impercetíveis ao final de alguns meses, evitando as grandes cicatrizes. Com recurso a esta técnica artroscópica, conseguimos, através da visualização direta da articulação do ombro, aumentar significativamente a acuidade de patologias/doenças diagnosticadas e tratadas. Pacientes que estavam condenados a viver a sua vida com o diagnóstico de “tendinite” passaram a ver as suas lesões diagnosticadas e tratadas. Existem lesões em que a via de abordagem cirúrgica se mantém a clássica via aberta, pela inerência da patologia e da técnica (na fixação de fraturas ou artroplastia, por exemplo).
Não obstante do exposto, chamamos à atenção para o facto da maioria das patologias do ombro não apresentarem à priori uma indicação para tratamento cirúrgico. Contudo, este diagnóstico e orientação para o tratamento não cirúrgico devem ser abordados de modo tão ou mais cuidadoso e diferenciado do que o tratamento cirúrgico.
Acompanhando a alta diferenciação das diferentes áreas da Ortopedia que vem a acontecer nos últimos anos, o Hospital Particular do Algarve dispõe desde 2014, de uma Consulta de Ortopedia especificamente dedicada à patologia do ombro e do cotovelo.
Inicialmente dinamizada pelo Dr. Diogo Silva Gomes e atualmente enriquecida com a Dr.ª Maria Miguel Carvalho, esta consulta dedica-se ao diagnóstico e tratamento de todas as lesões que envolvam o complexo articular do ombro, nomeadamente no tratamento de fraturas, lesões desportivas, artrose ou lesões de ligamentos e tendões.
A unidade está habilitada e equipada para realizar o tratamento das patologias do ombro tanto de modo não cirúrgico como cirúrgico (via aberta ou artroscópica) recorrendo sempre às mais recentes técnicas e tecnologia disponíveis.
A Consulta do Ombro e Cotovelo tem lugar todas as quartas-feiras no Hospital de Gambelas e quintas-feiras no Hospital de Alvor com a Dr.ª Maria Miguel Carvalho e ainda mensalmente na Unidade de Gambelas com o Dr Diogo Silva Gomes.
Aliando o conhecimento teórico à experiência técnica em constante desenvolvimento esta equipa especializada consegue oferecer um tratamento mais moderno e tendencialmente mais eficaz em todas as vertentes da patologia do ombro.